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Advogado diz que Bolsonaro seria traído por militares do golpe; ex-presidente propõe anistia para pacificar o Brasil
O advogado de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Cunha Bueno, revelou nesta sexta-feira (29) que o ex-presidente teria sido excluído de um suposto plano golpista liderado por militares em 2022. Segundo ele, Bolsonaro não seria beneficiado pela conspiração e, ao contrário, poderia até ter sido traído pelos responsáveis pelo “Plano Punhal Verde e Amarelo”.
Em entrevista ao programa Estúdio i, Bueno afirmou que o plano detalhado no inquérito da Polícia Federal visava instalar uma junta militar no poder, deixando Bolsonaro de fora. Ele reforçou que a exclusão do ex-presidente era clara nos documentos analisados.
“Quem seria o grande beneficiado? Segundo o plano do general Mario Fernandes, seria uma junta criada após a ação do Plano Punhal Verde e Amarelo, e nessa junta não estava incluído o presidente Bolsonaro”, explicou.
Ainda segundo Bueno, Bolsonaro não teria obrigação de denunciar o golpe, já que não aderiu à proposta. “É crível que ele tenha sido abordado com todo tipo de ideia, mas ele não aderiu. (…) Não era obrigação dele denunciar.”
Enquanto seu advogado tenta desvinculá-lo de qualquer responsabilidade pelo suposto golpe, em entrevista à revista Oeste, Bolsonaro voltou a criticar o relatório da PF, que o incluiu entre os indiciados por tentativa de golpe, ao lado de nomes como os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno e outras 35 pessoas. Ele chamou o documento de “peça de ficção” e minimizou as acusações.
“Ninguém vai dar golpe com um general da reserva, quatro oficiais e um agente da polícia federal”, disse o ex-presidente
Bolsonaro propõe anistia para pacificação
Além disso, Bolsonaro buscou reduzir as tensões no país com um apelo por anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro. Durante a entrevista, o ex-presidente sugeriu ao presidente Luiz Inácio da Silva (PT) e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, “zerar o jogo” e comparou o momento atual à Lei da Anistia de 1979, que perdoou crimes cometidos durante a ditadura militar.
Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. Em 1979, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião. Vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente.
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
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