Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Justiça barra greve de professores no DF e impõe multa de R$ 1 milhão ao sindicato

A Justiça do Distrito Federal determinou, nessa quinta-feira (29), a suspensão da greve anunciada pelo Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF). A decisão da desembargadora Lucimeire Maria da Silva também estabelece multa diária de R$ 1 milhão, caso a paralisação ocorra, além do corte de ponto para os servidores que aderirem ao movimento.

A magistrada classificou como “abusiva” a greve aprovada em assembleia e prevista para começar na próxima segunda-feira (2). Na decisão, destacou a necessidade de manter a continuidade do serviço público essencial prestado pelas escolas da rede pública. “Devem ser cessadas imediatamente as providências para a paralisação anunciada”, escreveu.

Segundo a Secretaria de Educação do DF, uma proposta de reabertura de negociações chegou a ser aceita pelo governo. Todavia, o sindicato apresentou novas exigências, o que impediu o acordo. A pasta reiterou que mantém canal permanente de diálogo com a categoria e destacou medidas já adotadas nos últimos anos.

Entre as ações mencionadas estão o reajuste salarial de 18%, com a última parcela prevista para 2025, a incorporação de gratificações ao vencimento, a revisão de benefícios como alimentação e saúde, além de concursos e nomeações desde 2019.

Apesar disso, o sindicato afirma que a paralisação está mantida por tempo indeterminado. Os professores reivindicam um reajuste de 19,8%, a reestruturação do plano de carreira e mudanças nos percentuais de titulação, que beneficiam educadores com especialização, mestrado ou doutorado.

A insistência na greve, mesmo diante de avanços recentes e da decisão judicial, revela um impasse mais político do que técnico. A atitude do Sinpro-DF, ao endurecer a negociação mesmo diante de concessões do governo, levanta questionamentos sobre os reais objetivos da paralisação. A greve pode desorganizar o calendário das aulas e atrapalhar a vida de estudantes e famílias da rede pública, justo quando a educação ainda se esforça para superar os prejuízos deixados pela pandemia.

A decisão judicial busca conter o impacto social da greve e preservar o direito dos estudantes à educação. Caberá agora ao sindicato decidir entre o confronto ou o diálogo.

Da Redação

Fred Lima

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